Na nossa era


No seu roteiro constante para o trabalho ele vê uma figura sinistra que lhe causa um sentimento de vazio. Vazio esse que ganha forma no papel, ás quatro da manha em sua casa. Com chuva a regar o êxtase e a SIC noticias para dar ambiente. Temos uma noite de dúvidas e crenças, pela frente.
Monólogos perpétuos passados entre a caneta e o papel. Sem que o papel revele o que a caneta não sabe perguntar.
-Esta não é a sociedade moderna que se esperava?
-Não são estes os tempos, dos grandes feitos do Homem?
-Não estamos nós, na Era da Tecnologia?
-Porque tenho a sensação que aquela mulher que vi na rua tinha semelhanças com a velha república impregnada de modernismo e de carências de tudo o que é mais básico… acende um cigarro… esta é a sociedade que cada um constrói, e não me parece estar mais moderna, parece sim ter as mesmas carências.
-O azul esta pronto!
Diz ele com um grande sorriso.
Começa a aplicar o preto e as abordagens à questão da mulher voltam.
- Vivemos na era Pós-industrial depois do homem ir a lua e ainda não sei encarar a diferença. Esta é a nossa Era, será esta a minha Republica?

Sem comentários:

Enviar um comentário